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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
AÉCIO?! MAIS COM MENOS? TENHA DÓ!
Outro aparte, Senador?
       
 Que o senador Aécio Neves expresse ideias e propostas para o Brasil, 
nada mais legítimo e democrático. Que ele o faça na mídia comercial e 
partidarizada (Folha de São Paulo), nada mais óbvio. 
       
 Mas, que ele use os exemplos de seus dois governos e o de seu 
substituto, aí fazemos mais um aparte. Seu pretexto é sempre o mesmo: 
uma suposta superioridade de gestão pública em Minas Gerais. O desfecho 
também: isso seria uma vacina contra a corrupção.
       
 Ao criticar o inchaço da máquina pública, nomeações sem critérios 
técnicos e defender o zelo com o dinheiro do contribuinte, o senador 
mineiro aposta no esquecimento das denúncias sobre seu próprio governo e
 o de Anastasia.
A gestão e a propaganda da gestão
       
 Primeiro, do ponto de vista da gestão: desde 2003 foram mais de 400 
dispositivos abarcados por suas “leis delegadas”, instrumento muito 
mais precário que as medidas provisórias que ele critica no governo 
federal. Tais leis delegadas criaram um governo paralelo (o Escritório 
de Prioridades Estratégicas), ao lado do governo tradicional: este 
preenchido por cargos de indicação política e ausentes de critérios 
técnicos. São centenas filiados a partidos aliados de seu projeto, 
alguns com condenações, com investigações judiciais em andamento, com 
bens indisponíveis, que foram nomeados no atual governo, fruto de seus 
acordos políticos. Além do mais, que explicação ele dá para a nomeação 
de Papaleo Paes (AP), Wilson Santos (MT) e Jungmann (PE) alocados em 
empresas do governo mineiro? 
       
 A descontinuidade de gestão tem como prova as reformas e mini reformas 
administrativas feitas nos últimos nove anos aqui nas Gerais. Criam 
cargos, funções, alocam servidores cá, transferem para acolá, mudam 
tabelas salariais (só a educação tem quatro “modelos de remuneração”) e 
gastam fortunas com consultorias de duvidosa proficiência.
       
 E os resultados? O fracasso da pseudo solução gerencial baseada no 
“estado para resultados” pode ser visto nos números do próprio governo: 
Minas produziu um falso déficit zero à base da contabilidade criativa 
(ou seja, marreta contábil) e seus resultados sociais são fortemente 
influenciados pelos programas sociais do governo federal. Qualquer 
análise contrafactual (a que exclui fatores exógenos no impacto de políticas públicas regionais) mostra a esquelética situação de Minas.
       
 Aliás, nosso estado é o mais vulnerável em termos de 
desindustrialização, influenciado pela reprimarização da economia: ou 
seja, ficamos cada vez mais dependentes de commodities.
O complexo de vira lata
        Em segundo lugar, questionamos suas indefectíveis pérolas. 
       
 Ele afirma que o governo Lula e o de Dilma “subverteram” princípios 
disseminados nos manuais contemporâneos de gestão e cita os Estados 
Unidos como exemplo de máquina administrativa enxuta.
       
 Os tais manuais a que ele se refere são lixo conceitual criado na 
década de 1960 para dar contas dos dilemas da acumulação capitalista nas
 empresas privadas e que foram transmitidos ao estado, como um vírus 
letal: baseavam-se em estímulos financeiros aos executivos médios das 
empresas privadas, como forma de motivação. Isso fracassou no mundo e 
essa escória foi assimilada pela indigência mental de “acadêmicos” com 
complexo de vira lata (parafraseando Nelson Rodrigues) e transformada na
 nova ordem dos subalternos. Por isso Aécio diz que Lula e Dilma 
“subverteram” seus manuais. Ora, os manuais são dele e não constituíam 
ordem estabelecida no Estado brasileiro! Ao invés de usar literatura de 
aeroporto para se instruírem, seus assessores deveriam ler “O Novo 
Espírito do Capitalismo” (Boltansky, Chiapello) e ver que a solução 
capitalista para o capitalismo fracassou no próprio berço de origem. Por
 que seriam remédio para o setor público?
       
 Além do mais ele cita, novamente, os Estados Unidos como exemplo de 
gestão e enxugamento. Vamos desenhar para ver se ele entende: o déficit 
público dos EUA (formal) já ultrapassa os 15 trilhões de dólares. Essa 
cifra pode ser bem maior! Mas “só” isso já equivale a 100% do PIB 
daquele país. Especialistas dizem que tal déficit supera o que foi 
divulgado, se consideradas outras variáveis. Tudo isso é causado pelo 
financiamento de uma política pública nada exemplar: guerras que, no 
governo Bush, custaram US$ 6 trilhões! O mercado financeiro se derrete, 
por conta disso. A dita responsabilidade fiscal nunca existiu nos EUA. 
Os calotes financeiros são comuns lá, em tempos de crise. É isso que 
Aécio sugere para o Brasil?
       E
 olhe que os EUA e os gigantes que quebraram o mundo em 2008 usaram as 
ditas ferramentas gerenciais em seus “planejamentos estratégicos” e 
gestões “orientadas para resultados”. 
       
 Quanto à corrupção, perguntamos a Aécio Neves: por que não deixa 
instalar CPI´s na Assembleia Legislativa de Minas Gerais? Por que seu 
governo teve menos CPI´s do que na Ditadura Militar? Por que não topa 
esclarecer o caso “Arco Iris”, o superfaturamento nas obras do Mineirão,
 do Centro Administrativo, o escândalo do IEF, o jatinho da Banjet, 
maracutaia Fasano/IPSEMG etc?Fonte:Minas sem censura
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