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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Aécio neves Tiro no povo,você pode estar na mira de Aecio
Os escritos assinados por Aécio, às segundas-feiras, começam a tomar um rumo mais claro.
No texto desta segunda-feira (09/04 – FSP) são atacadas as medidas de incentivo à economia, adotadas pelo governo Dilma. Seu título: “tiros a esmo”.
Ele começa reconhecendo como positivas as desonerações tributárias e barateamento do crédito. Mas opõe restrições globais ao plano e sugere um receituário falido.
Primeiro, indica a antiga fórmula da redução da contribuição previdenciária patronal “sobre a folha de salários” (sic). Efeito: descapitalização do caixa do INSS. Ou seja, penalização de aposentados e pensionistas. Ônus do governo e bônus discursivo para a oposição.
Segunda reclamação: o aumento de repasses do governo ao BNDS, via incremento da dívida pública. Aécio não reclama do mecanismo de se fazer dívida para capitalizar o BNDES (até porque ele aumentou a de Minas Gerais... para capitalizar coisa alguma). Ele apenas pede transparência quanto ao seu “custo”. Como “economista” que é, e com o apoio dos que o ajudaram a endividar ainda mais o estado que governou, ele pode “abrir” o pseudo segredo para toda a sociedade. A questão é que não há segredo nenhum. Sua segunda crítica é o que se chama, em Minas Gerais, de “encheção de linguiça”.
Terceiro, ele associa a perda de competitividade industrial ao crescimento excessivo do gasto público e à elevada carga tributária que não é dirigida para a infraestrutura. Note-se a sutileza: ele não é contra a “elevada carga tributária”, mas o seu indevido uso em políticas de distribuição de renda, de garantia de renda mínima, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), Bolsa Família e outras iniciativas distributivas e redistributivas que, impactam positivamente, inclusive as economias locais e regionais. Além disso, ele tenta confundir conceitos; carga tributária e aumento de arrecadação são coisas distintas. A “carga”, se considerados os incentivos dados no governo Lula e ampliados agora no governo Dilma, é menor do que nos tempos de FHC.
O primeiro e o terceiro item é que interessam. O segundo (suas preocupações insinceras com a responsabilidade fiscal, já que não as praticou em Minas Gerais) é apenas para compor o raciocínio cartesiano de quem escreve seus artigos.
E o que sobra de seus conselhos? Corta na saúde, corta na educação, corta na assistência social, corta na previdência, para investir ainda mais em estradas, pontes, portos, armazéns, ciência e tecnologia etc. Ou seja, pobres, idosos, estudantes e profissionais da educação, doentes e profissionais da saúde, populações indígenas, quilombolas atingidas por barragens, acampadas e em luta por terra e trabalho, são um mero detalhe.
Esse discurso tem mais de 200 anos. Foi reciclado no início do século XX, adormeceu em Mont Pèlerin, depois da crise de 1929, foi retomado na década de 1970 e, desde então, tem levado a países, blocos regionais e corporações privadas a quebradeiras monumentais. A tentativa de reciclar o liberalismo seria uma comédia, não fosse uma tragédia.
Aécio não atira a esmo. Ele mira os pobres... para sacrificá-los em nome livre mercado e do estado mínimo.
Leia artigo de Aécio:
Anexo: Artigo Aécio - 09 abril.docxdo Minas sem censura
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