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segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Bipolar? Durante 8 anos Aécio Neves apoiou a CPMF. Agora ele não apóia mais ?
Aécio era favorável à CPMF e foi inclusive um dos principais
articuladores da sua aprovação, como proposta de emenda à Constituição,
pelo Congresso. Em 2007, quando a CPMF foi derrubada, ele também queria
que o imposto tivesse sido prorrogado.
21/09/2015
Em 1999, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o prezado senador Aécio Neves (PSDB-MG) pensava de maneira diferente
O site do Congresso em Foco mostra claramente como agem os políticos de oposição, principalmente o candidato derrotado Aécio Neves
Em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no dia 19 de março de 1999, Aécio, então líder do PSDB da Câmara, comemorou a aprovação do imposto e queria que a cobrança começasse rapidamente. “Se não há impedimento legal, não vejo porque completar os 90 dias e não começar a cobrar a CPMF, que é fundamental para o ajuste fiscal”, disse o parlamentar. Nove dias antes, quando passou em primeiro turno na Câmara, Aécio também comemorou a vitória, segundo reportagem do jornal O Globo
de 10 de março de 1999. “Cumprimos a nossa missão”, afirmou. Na época, o
governo enfrentava uma crise econômica e tinha acertado um pacote de
ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI). Uma das
condições para isso era aumentar esse e outros impostos.
Documento disponível no site do FMI detalha as condições para que o Brasil recebesse o suporte da organização.
Além de aprovar um novo modelo para a CPMF, com uma alíquota mais alta,
de 0,38%, era exigida uma reforma na Previdência Social. Como a
aprovação da PEC que garantia a cobrança demorou mais do que o esperado,
o governo subiu as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das
empresas. Outra medida tomada foi o aumento da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
Aécio continuou empenhado na aprovação de uma nova versão do imposto. Em 8 de março de 2002, nota divulgada na coluna Painel da Folha de S. Paulo
afirma que o parlamentar, então presidente da Câmara, juntamente com
Arnaldo Madeira, continuava a telefonar para os deputados do PFL,
tentando convencê-los de votar favoravelmente à CPMF. O texto informa
que o argumento usado era de que, ao romper com o governo, eles estariam
“pensando neles próprios”.
Em 2007, quando era governador de Minas Gerais, Aécio também trabalhou pela prorrogação da CPMF.
Isso ocorreu porque a proposta destinaria parte dos recursos aos
estados. José Serra, que também governava o estado de São Paulo naquele
ano, também tentou convencer a bancada tucana a aprovar a medida. “A
pergunta que não quer calar é: por que o Fernando Henrique Cardoso veio
com tanta sede ao pote para fazer contrapeso aos governadores Aécio
Neves e José Serra?”, disse na época Ideli Salvatti, líder do PT no
Senado, em reportagem publicada pelo Estadão em 14 de dezembro de 2007.
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