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quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Caso Renova. Aécio tenta apagar rastro de R$ 4,5 bilhões
Investigações colocam em evidência a utilização de R$ 4,5 bilhões do patrimônio mineiro para financiar implantação na Bahia de fábrica da AlstomMarco Aurélio Carone
Diante do escândalo do Cartel Alstom/Siemens, começa a naufragar o projeto megalomaníaco de Poder desenvolvido pelo grupo de Aécio Neves que não encontrou limite de atuação na área de energia, ao utilizar-se do Patrimônio Público do Estado de Minas Gerais para elegê-lo presidente da República em 2014.
Alstom e Siemens, réus confessos no escândalo do Metrô e transporte sobre trilhos em São Paulo, tradicionais e principais financiadoras do PSDB paulista, cooptadas através de seus ex-dirigentes a integrar o projeto político de Aécio Neves através do esquema montado pela CEMIG, estão sendo vasculhadas pelo CADE e Ministério Público.
Evidente que se encontram na CEMIG as maiores irregularidades
envolvendo a prática de Cartel, porém a cooptação dos dirigentes das
multinacionais visando evitar maiores fiscalizações ocorreram através de
tentáculos no denominado “Burgo dos Neves”, formado por empresas
subsidiarias integrais da CEMIG e da Light.
Diante do vazamento seletivo de participação apenas no esquema de
corrupção montado na área de transporte sobre trilhos pela
Alstom/Siemens em São Paulo e DF, o governador paulista Geraldo Alkimin e
o ex José Serra, cientes da armadilha e contrariados com o abandono dos
companheiros do PSDB nacional mandou um recado direto a Aécio Neves ao
informar que o Cartel não atuou só em São Paulo, no Metrô, sua atuação
estendeu-se também para as empresas de energia de diversos Estados,
recomendando que sejam também elas investigadas.
Na matéria, “Parte I: Cartel Siemens/Alstom nasceu em Minas Gerais”,
abordamos a até então pouco explicável indicação pelo ex-governador
hoje senador Aécio Neves do ex-presidente da Alstom José Luiz Alquéres,
investigado pela prática de Cartel pelo CADE, para presidir a Light,
empresa adquirida pela CEMIG.
Repetindo á prática adotada na CEMIG, foi através da Light, para
evitar rastro, que Aécio promoveu uma série de aquisições, sendo uma
delas a empresa Renova especializada em energia eólica. Como em relação a
outras empresas, através da Renova alianças e acordos comerciais foram
celebrados apenas no intuito de gerar caixa para sua campanha, poder na
política e economia dos demais Estados da Federação e a “boa vontade”
das grandes corporações multinacionais.
Novojornal noticiou o fato em dezembro de 2012 na matéria; “CEMIG: Consumidor mineiro financia "Império da Energia",
mostrando que a CEMIG vinha há anos criando empresas denominadas
subsidiarias integrais utilizando seu crédito, receita e patrimônio sem
levar em conta os riscos e a viabilidade econômica das mesmas.
Anteriormente em julho de 2012 o Governo de Minas anunciava; “com
investimento de R$ 1,2 bilhão fora inaugurado, no Sudoeste da Bahia, o
Complexo Eólico Alto Sertão I, um empreendimento da Renova Energia,
empresa do Grupo Cemig especializada na geração de energia renovável.
Considerado o maior do gênero na América Latina, o complexo eólico irá
gerar 294 MW de energia, o que representa um incremento de 29,4% na
matriz eólica do país, atualmente na ordem de 1 GW.
Localizado nos municípios baianos de Caetité, Guanambi e
Igaporã é composto por 14 parques, que tiveram sua energia
comercializada para a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE). São 184 aerogeradores de 1,6 MW e cada parque irar gerar até 30
MW. A energia gerada pelo Complexo Alto Sertão I é suficiente para
garantir o consumo de uma cidade com 540 mil residências ou cerca de
2,16 milhões de habitantes, considerando quatro pessoas por residência”.
Ao mesmo tempo que em julho de 2012 o Governo de Minas anunciava o
investimento de R$ 1,2 bilhão na Renova, o jornal "Brasil Econômico"
noticiava;
“Uma das principais parcerias do setor energético no Brasil foi
anunciada nesta quarta-feira pela Renova Energia e a francesa Alstom.
As companhias assinaram a carta de intenções durante evento para
clientes e fornecedores em São Paulo”.
"A parceria consolida a nossa posição de liderança nesse
segmento e vai gerar desenvolvimento para a região, disse ao Brasil
Econômico, Marcos Costa, presidente da Alstom Brasil e vice-presidente
de Global Power Sales na América Latina”.
“Jerôme Pécresse, presidente mundial do setor de energias
renováveis da Alstom, afirmou que a parceria coloca a companhia em uma
posição diferenciada no mercado de energia na América Latina. "Esta é
uma parceria ambiciosa, o maior acordo onshore da Alstom para a área
eólica mundialmente. Nossa intenção é que seja um relacionamento
duradouro."
“A previsão é de que os aerogeradores comecem a ser entregues a
partir de 2015, processo previsto para ser concluído entre três e
quatro anos. Para a Renova, a parceria trará vantagens competitivas e
financeiras, já que os geradores da Alstom sairão da fábrica a alguns
quilômetros dali, o que significa menor custo com logística, maior
rapidez na entrega e na manutenção”.
Em fevereiro de 2013 a revista "Veja" noticiou: “Renova fecha
acordo de € 1 bi com Alstom e faz aposta alta em eólicas”. A matéria
informava ainda que; “mesmo sem linhas de transmissão suficientes para
fazer com que a energia saia dos parques eólicos, empresa fecha contrato
incomum no setor: a compra de maquinário antes mesmo que haja
demanda”.
“A notícia não só surpreende pelo volume do investimento (o
maior anunciado pela Renova até hoje), que dimensiona o tamanho da
aposta da empresa no setor eólico brasileiro, como também é uma prática
incomum no mercado de energia, geralmente as empresas só contratam
maquinários para atender a demanda já vendida. O acordo com a Alstom
contempla também a prestação de serviços de operação e manutenção, mas
não impede que, para outros projetos, a Renova contrate outros
fornecedores ou que a Alstom venda para outras companhias de energia os
maquinários”.
Á exemplo da ferrovia do Aço, obra bilionária construída no período
do Golpe Civil Militar de 1964, sinônimo de desperdício de dinheiro
público, o Complexo Eólico Alto Sertão está sendo construído a um custo
de R$4,5 bilhões para gerar energia mesmo sem a existência de linhas de
transmissão para venda do produzido.
Fontes do mercado de energia já haviam denunciado que a aquisição
de parte do capital da Renova ocorrido coincidentemente após a saída de
Alqueres da Light, ocasião que recebeu uma indenização de R$ 30 milhões,
visou apenas dar a empresa garantias para celebração de financiamentos
bilionários inclusive perante o BNDES para compra sem qualquer licitação
de equipamentos da francesa Alstom, uma vez que Renova é uma empresa
privada.
Até a compra da participação acionaria pela Light os geradores de
energia do parque eólico da empresa Renova eram da marca GE sendo
substituídos pelos da Alstom, viabilizando a construção de uma fábrica
da multinacional francesa em Camaçari na Bahia. Segundo as mesmas fontes
a comprovação de que a lucratividade da empresa Renova passou a ser uma
questão secundária, para não gerar desconfiança e repercussão, a
principal cláusula do acordo de acionistas celebrado entre Renova e
Light, foi à retirada de suas ações da Bolsa de Valores.
Diante das investigações e da proporção que ganhou o escândalo do
Cartel Alstom/Siemens o grupo de Aécio tenta agora apagar o rastro de R$
4,5 bilhões criado com garantias do patrimônio público do Estado de
Minas Gerais para em tese beneficiar apenas a Alstom.
Documento que fundamenta a matéria:
Do Novo Jornal
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