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quarta-feira, 10 de agosto de 2011
AÉCIO DEFENDE O “BÁSICO”, NA FSP Entre o saneamento e a aritmética básica
O texto assinado por Aécio Neves, nesta segunda-feira, dia 08/08, no jornal Folha de São Paulo, expressa bem os interesses privados defendidos pelo senador.
O pretexto do artigo desta semana é o déficit em saneamento básico no país. Mero pretexto. Sua fonte é o reconhecidíssimo “Instituto Trata Brasil”, uma oscip financiada por empresas privadas que ganham dinheiro com... obras e serviços de saneamento público: Braskem, Tigre, Amanco, Foz do Brasil (Odebrecht), ABCON, AcquaManager etc.
Apresentando a versão de concessionárias privadas de serviços de saneamento e de empresas construtoras e fornecedoras de equipamentos do ramo, Aécio desqualifica a realização das obras do PAC nessa frente.
Antes, é bom lembrar uma frase que é atribuída a vários autores: “torturem os números e eles confessam”. Existe a versão dos interesses privados (que nem sempre se articulam com as legítimas demandas da população) e existem as oficiais. Para comparar, sugerimos uma simples busca no sitewww.conversaafiada.com.br com a palavra PAC e você terá um confronto entre os números reais do cronograma físico-financeiro do governo Dilma e a versão manipulada pelo Jornal Nacional, que mistura alhos e bugalhos para desinformar.
Evidentemente que há déficts em termos de saneamento no Brasil. Só um exemplo: para cumprir exigências do FMI, FHC proibiu o BNDES de emprestar dinheiro para investimentos das concessionárias de saneamento, por oito anos. Só com o governo Lula isso foi retomado. E quem era líder de FHC? Aécio Neves. Ainda que não sejamos levianos em afirmar que os problemas de saneamento no Brasil se devam exclusivamente ao governo neoliberal do PSDB.
No entanto, o objetivo de Aécio é um só: reiterar sua defesa de redução de taxas e impostos “a zero” em benefício das empresas interessadas. Sabendo ele que o governo Dilma já estuda e pratica algum tipo de redução dos mesmos, em vários setores, ele joga para a plateia: propõe algo que poderia ter sido feito no governo FHC, quando era seu líder. Ou, quando governador de Minas Gerais, poderia ter praticado renúncias fiscais naquelas taxas e impostos sobre as quais tinha governabilidade. Como no caso do ICMS adicionado às contas de luz, que é o mais alto do Brasil.
Finalmente, um alerta ao senador economista Aécio Neves, que nos lega a seguinte pérola:
“A pirotecnia política em torno do PAC não altera a realidade do balanço do Instituto Trata Brasil - até o final de 2010, só 4% das principais obras de saneamento previstas estavam concluídas, e 60% continuavam paralisadas, atrasadas ou nem sequer iniciadas.”
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Os contemporâneos de Aécio, quando estudante de economia da PUC-Minas, dizem que ele era um aluno muito frequente e de altíssimo rendimento escolar. Um exemplo para a juventude. Mas o trecho acima demonstra que ele tem problemas com a aritmética básica: se somarmos os 4%, mais os 60% citados, os 100% não fecham. Ou ele não tem nada a falar dos outros 36%? Além disso, os 60% citados, em termos de paralisações, atrasos e sem início, não tem valor analítico sério. É preciso decompor algumas variáveis e analisar o porquê de tais ocorrências. Ou então praticar as dispensas de licitação das quais ele se valeu nas obras do Mineirão, quando pagou a um escritório de arquitetura, sem licitar, quase trinta milhões de Reais e dispensou licitação em outras frentes.
E por falar em atraso, tem uma tal “META 2010”, em termos de saneamento da bacia do rio das Velhas, na grande BH: foi adiada para 2014. Por que será?
Enfim, o grande projeto daquele que se pretende alternativa à presidência da República é a renúncia fiscal. Ele só fala nisso, coerente com seu liberalismo anacrônico. Até o Obama é mais realista que ele quando propõe aumentar impostos dos mais ricos nos EUA.
Fonte :Minas sem Censura
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