A presidente Dilma Rousseff decidiu responder aos ataques que vem
recebendo nos últimos dias do senador mineiro Aécio Neves, virtual
presidenciável do PSDB, na polêmica discussão sobre a Medida Provisória
579, que prevê a redução das tarifas de energia elétrica a partir de
janeiro.
Ao sair em defesa da Cemig (Centrais Elétricas de Minas Gerais),
Aécio acusou o governo federal de quebra de contratos e ameaçou recorrer
ao Supremo Tribunal Federal, em entrevista concedida ao jornal "Valor":
"No caso da Cemig e no que diz respeito a esta questão do contrato
assinado, nós não vamos aderir e vamos judicializar a questão. Se o
governo impuser um rolo compressor nesta matéria nós vamos ao STF e acho
quer vamos ganhar".
Para o governo, o senador mineiro está politizando uma questão
técnico-financeira ao afirmar que a iniciativa vai reduzir investimentos
e capacidade de fornecimento, além de provocar desconfiança
internacional, apenas com o objetivo de se posicionar para a disputa
sucessória de 2014.
"O que nós condenamos é o intervencionismo e a ausência de diálogo do
governo com os Estados e com as companhias de energia e, no caso da
Cemig em especial, a quebra de contrato", disse o ex-governador mineiro
Aécio na entrevista que irritou o Planalto.
Talvez ainda nesta quarta-feira, no máximo amanhã, o Palácio do
Planalto vai responder que Aécio defende os interesses das empresas de
energia em detrimento dos consumidores e de outros setores da economia.
O prazo dado pelo governo para as empresas de energia elétrica
aceitarem as condições da MP para a prorrogação dos contratos com
receita menor, permitindo a redução das tarifas, termina no próximo dia 4
de dezembro. O relator do texto que está tramitando no Congresso
Nacional é Renan Calheiros (PMDB-AL), candidato a assumir a presidência
do Senado no próximo ano.
Ainda ontem escrevi aqui que é preciso ter calma, porque 2014 está
muito longe. Mas, pelo jeito, o pessoal do Fla-Flu permanente anda com
pressa, com cada um querendo garantir sua posição em campo desde já.
Ricardo Kotscho do blog contexto livre
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