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sábado, 11 de junho de 2016

Estatal do governo de Minas fez parceria com firma de pai de Aécio Neves

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O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), fala com a imprensa em Brasília
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), fala com a imprensa em Brasília
Uma estatal do governo de Minas Gerais fechou termo de parceria com o pai do senador Aécio Neves (PSDB), Aécio Ferreira da Cunha (1927-2010), quando seu filho ainda era governador.
Assinado em 19 de março de 2010, 11 dias antes de Aécio renunciar ao mandato para concorrer ao Senado, o termo previa pagamento de R$ 250 mil para a produção de feijão na fazenda de Cunha em Montezuma (norte de Minas Gerais).
Foram desembolsados R$ 150 mil em dezembro do mesmo ano. Após a morte naquele ano do pai de Aécio, a empresa foi herdada pelo atual senador e por sua irmã, Andrea Neves.
As informações foram reveladas pelo jornal "O Tempo" e também foram obtidas pela Folha.
A parceria, que não está mais em vigor, foi celebrada entre a estatal Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e a Perfil Agropecuária, empresa de Aécio pai, e previa a plantação de 1.400 kg de sementes de feijão na fazenda de Montezuma.
Depois, a produção deveria ser vendida preferencialmente à própria estatal. O acordo tinha validade de 12 meses e podia ser estendido.
A justificativa para o uso da fazenda é que a Epamig não tinha estrutura e precisaria atuar em conjunto com outros produtores.
A Perfil, segundo o termo, tinha "condição técnica e socioeconômica" para produzir as sementes.
Como contrapartida, a Perfil usaria sua propriedade e ensacaria o feijão.
Procurados, tanto Aécio Neves quanto a Epamig afirmam que a parceria foi legal. A estatal diz que assina termos com entidades que manifestam a intenção de produzir as sementes.
Já o ex-governador afirma que não houve "qualquer interferência do Estado".
EX-DEPUTADO
Aécio Ferreira da Cunha foi deputado estadual e federal por Minas Gerais. A presidência da Epamig era exercida, na época, pelo também ex-deputado Baldonedo Napoleão (PSDB).
Após Aécio Neves deixar o governo, o então vice e atual senador Antonio Anastasia (PSDB) assumiu o cargo.
Em dezembro de 2010, a Epamig fez o pagamento de R$ 150 mil à Perfil.
Dois meses antes, o pai de Aécio havia morrido de insuficiência hepática. Ainda hoje, Aécio e Andrea são donos da empresa, que tem capital social de R$ 500 mil.
Na quarta (8), um deputado  entrou com pedido de investigação no Ministério Público sobre o termo de parceria para que a Promotoria apure se Aécio beneficiou familiares no episódio.
Da Folha mobile

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