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segunda-feira, 1 de agosto de 2016
Andrade Gutierrez tenta se antecipar à Lava Jato e mira Aécio Neves
A gestão do Golpista Aécio Neves (PSDB) no governo de Minas Gerais (2003-2010) é
peça de um quebra-cabeça que uma auditoria interna da empreiteira
Andrade Gutierrez tenta montar. De acordo com reportagem do jornal Folha
de S.Paulo ontem, a empresa vem tentando se adiantar às investigações
da Operação Lava-Jato e vai apurar pagamentos de propina e
irregularidades envolvendo as obras da Cidade Administrativa, que abriga
a sede do governo, em Belo Horizonte.
Para tentar se antecipar à Lava Jato e evitar ser pega de surpresa, a
empreiteira Andrade Gutierrez criou uma auditoria interna para apurar
pagamentos de propina a agentes públicos, além de outras irregularidades
envolvendo obras realizadas.
Entre os primeiros alvos da auditoria da empresa, que fez acordo de
leniência com os investigadores, está a Cidade Administrativa, obra do
arquiteto Oscar Niemeyer que abriga a sede do governo de Minas, em Belo
Horizonte.
Inaugurada em 2010, a obra é a mais cara da gestão de oito anos do
ex-governador e hoje senador tucano Aécio Neves (2002-2010), custando R$
1,26 bilhão.
Segundo executivos da empresa, a apuração está dividida em duas etapas: antes e depois de a obra se iniciar.
A Cidade Administrativa apresenta, porém, uma dificuldade que outras
obras delatadas, como a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e
estádios de futebol não tinham: a maioria dos envolvidos no projeto não
trabalha mais na Andrade Gutierrez.
Já é tido como certo entre os executivos do grupo que será um
funcionário ou ex-funcionário até agora fora do grupo de delatores da
empreiteira o responsável por falar sobre a obra mineira.
ALVO
A sede do governo mineiro se tornou alvo de apuração após advogados da
empresa serem avisados por procuradores da Lava Jato que o grupo
precisará complementar seu acordo de delação com informações sobre a
obra.
O comunicado aconteceu há cerca de três semanas, mas até o momento nenhum colaborador falou sobre o tema.
Como a Folha revelou em junho, o sócio da OAS Léo Pinheiro acordou nas
tratativas da delação que negocia com a Procuradoria-Geral da República
que falará sobre pagamento de propina para auxiliares de Aécio Neves
quando ele foi governador.
O repasse estaria associado à construção de um dos três prédios que
integram a sede do governo, chamado Gerais. O tucano nega qualquer
irregularidade.
A OAS integrou um consócio em conjunto com Odebrecht e Queiroz Galvão
para erguer a obra. Já a Andrade participou de um consórcio com a Via
Engenharia e a Barbosa Mello para fazer o edifício Minas. Ambos são
anexos ao Palácio do Governo.
OUTROS FOCOS
A auditoria interna também apura informações de outras obras, como a
Ferrovia Norte-Sul, um projeto cuja história de corrupção começa em
1987, com o acerto das empresas que ganhariam a licitação. O tema já foi
citado na delação da Camargo Corrêa, que mencionou pagamento de propina
para executar a construção.
Segundo executivos ouvidos pela Folha, serão levantadas informações de
todas as construções que estiverem sob a mira da Lava Jato.
Representantes dos delatores nos acordos homologados em maio deste ano
relataram que a Cidade Administrativa não foi alvo de questionamento nos
depoimentos prestados à Lava Jato.
Dos Amigos do Lula
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