Google+ Aécio contra o Mercosul é caminho para desindustrializar o Brasil e dar adeus ao BRICS

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Aécio contra o Mercosul é caminho para desindustrializar o Brasil e dar adeus ao BRICS

Em entrevista a jornal argentino, candidato tucano a presidente, Aécio Neves se mostra ainda aliado ao Consenso de Washington
 
O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato a presidente da República em 2014, em entrevista ao jornal La Nación, da Argentina, sinalizou que seu plano é esvaziar o Mercosul, e fazer outros tratados de livre comércio.
O tucano declarou: "Estamos muito preocupados com o que acontece hoje no Mercosul, que está muito engessado. Duvidamos se a união aduaneira é ainda o melhor caminho (...) Não devemos perder as alianças comerciais do Brasil com a Argentina, mas temos de transformar o Mercosul em uma área de livre comércio, que permita a cada Estado associado firmar acordos comerciais com outros países. (...) Temos de ter coragem de repensar e revisar o Mercosul. Neste sentido, a Aliança do Pacífico, constituída pelo México, Colômbia, Peru e Chile é um exemplo de dinamismo".
A declaração remete a antigas propostas dos anos 1990 como a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), projeto hegemônico dos EUA que, se implementado nos moldes entreguistas propostos, impediria o desenvolvimento nacional – e dos demais países do continente – por décadas.
Nas eleições de 2010, o então candidato tucano, José Serra, também disse a mesma coisa que Aécio diz agora. Os tucanos se deslumbram com o Chile. Porém, para haver acordos vantajosos é preciso haver sinergia nas trocas comerciais entre dois ou mais países. O Mercosul tem a sinergia da integração sul-americana, onde todos se desenvolvem juntos.
O Chile não tem grandes problemas em fazer acordos comerciais com grandes países industrializados porque exporta minérios, frutas, salmão, vinhos, celulose, metanol, produtos químicos e insumos agrícolas. Não tem nem um parque industrial a competir com outros países grandes, nem um mercado interno gigante e em expansão como o brasileiro. O Brasil deve ter soberania na dosagem de abertura em setores da economia, de acordo com o interesse nacional, em vez de submeter-se a tratados escritos por estrangeiros.
O ex-presidente Lula, apesar de ter encontrado o Brasil em situação delicada e dependente do FMI em 2003, resistiu às pressões, refutou a Alca, revigorou o Mercosul e pela via diplomática abriu mercados com todas as partes do mundo, ampliando as exportações brasileiras. A presidenta Dilma deu continuidade à sua política externa e, hoje, a Organização Mundial do Comércio (OMC) é conduzida por um brasileiro.
As propostas do tucanato podem enterrar toda a geopolítica exitosa construída nos últimos dez anos. E se voltar aquela política do governo FHC de submeter-se ao chamado Consenso de Washington, do qual o livre comércio imposto pelos países imperialistas faz parte, o Brasil acabará ficando para trás. E aí, adeus ao "B" dos Brics (sigla dos principais países emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário