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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Aécio promete vir aí com seu choque de gestão

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Leio que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pretende explorar aquela história de choque de gestão como uma das principais bandeiras do discurso que fará em sua campanha presidencial em 2014. A descoberta do senador, virtual candidato tucano e da oposição ao Planalto no ano que vem, é que 10 anos depois de implantá-lo ao assumir o governo de Minas em 2003, o chamado choque de gestão virou uma espécie de marca tucana vinculada principalmente a ele.
Nos últimos tempos, aliás, o tal choque de gestão, um modelo de administração elaborado pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro (FJP) - de Minas -, já vem sendo divulgado em seminários e palestras pelo senador Aécio e por outros tucanos mineiros. Agora o candidato, que ataca com frequência o que chama de "aparelhamento" da máquina pública pelas administrações petistas, concluiu que a discussão sobre gestão pública será um grande mote para o discurso da oposição na corrida presidencial do ano que vem.
Vou lembrar aqui duas opiniões sobre choque de gestão. Quando ainda ministra da Casa Civil, a presidenta Dilma Rousseff já classificou o choque de gestão de Aécio como mero "conceito propagandístico" e afirmou que uma gestão não se muda com "choque". Na campanha pela Prefeitura de São Paulo, no ano passado, o ex-presidente Lula usou o termo para ironizar como via o choque de gestão: "É uma palavra muito usada pelos tucanos. Eu nem entendia que diabo era isso. Apareceu, eu disse: puxa vida, vai voltar a tortura no Brasil com choque?".
É demissão de funcionário, sucateamento da máquina, Estado mínimo...
Pelo que acompanhei de choque de gestão, quando aplicado por governos tucanos - os de Aécio, inclusive -, não passa de um amontoado de corte de gastos, um excessivo medo de fazer investimentos, corte de funcionários públicos, enxugamento e sucateamento da máquina pública do Estado.
Mas o senador-candidato tem razão, virou mesmo marca de governo tucano. Foi uma das marcas, por exemplo, da desastrosa administração da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), no quadriênio passado (2007-2010), quando ela comandou o governo mais envolvido em denúncias de irregularidades e corrupção dentre os 27 governos estaduais no Brasil naquele período.
São tucanos, também, alguns dos governos mais caóticos vistos no país nos últimos tempos. Como o de João Castelo na prefeitura de São Luís, que conforme a mídia - TV inclusive - mostrou na semana deixou apodrecer na capital maranhense ônibus escolares novinhos, 300 mil livros didáticos, milhares de uniformes e tênis, material das crianças e pilhas e pilhas de cadeiras escolares num depósito ou sob sol e chuva nos últimos dois anos.
Onde governam, os tucanos instalam o caos
Sem esquecer o desastre que é o governo tucano de São Paulo, com apagão em tudo quanto é área - segurança pública, educação, saúde... - neste 3º governo de Geraldo Alckmin, com o qual o tucanato completa 20 anos de tucanato no poder no Estado. E por fim, o governo medíocre de Beto Richa (PSDB) no Paraná, cuja marca é a terceirização da saúde e o imobilismo na principal questão do Estado: a infraestrutura de transportes.
Assim, a verdadeira marca tucana, que os brasileiros sabem na hora de votar - e o demonstraram nas três últimas eleições nacionais e nas estaduais e municipais desde 2002 -, é governar para a elite e não para o povo. O povo tem memória, sim, e na hora de votar sempre tem comparado as marcas da era Lula/Dilma Rousseff com as do tucanato comandado por FHC e cia.
ZéDirceu

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