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terça-feira, 14 de outubro de 2014
Aécio Neves na coluna de Monica Bergamo: 'estou preparado para decisões impopulares'
Agora, o candidato Aécio Neves, tem se desmentido, afirmando que ele
não disse o que disse durante uma reunião com os ricos e banqueiros. A
coluna de Monica Bergamo, que aliás pode ser acusada de tudo, menos de
ser petista ou ter simpatia pelo PT, registrou a fala de Aécio Neves no
mês de abril desse ano. Para refrescar a memória do candidato tucano,
vamos relembrar e ao mesmo tempo, perguntar; Em qual Aécio seus
eleitores devem confiar. Naquele que, ao lados dos milionários prometeu,
há 6 meses atrás, arrocho, desemprego, reajustes de taxas e o pobre
cada vez mais pobre, ou no Aécio que hoje desmente tudo que disse de
olho nos votos?
Acompanhe o discurso tucano:No pequeno púlpito montado na sala de
jantar de sua casa, tendo como fundo uma parede com quadros de Di
Cavalcanti, João Doria Jr. chama Aécio Neves para falar à seleta plateia
de empresários que foram ao encontro com o presidenciável tucano. "Um
jovem amigo. Um dos mais valorosos nomes da política brasileira. Ele é o
novo!"
Empresários como José Luiz Cutrale, maior produtor de suco de laranja do
mundo, André Esteves, do BTG Pactual, Guilherme Leal, da Natura, e Luiz
Carlos Trabuco, do Bradesco, se levantam para aplaudir aquele que,
segundo Doria, é um "exemplo de homem público", "de ser humano", "de
brasilidade", "de estadista". E o grande fiador da candidatura de Aécio.
Aécio, o candidato dos ricos com seu eleitorado |
Antes de ceder o microfone, Doria fala dos 50 anos do golpe militar.
"Viva a democracia!", afirma. E todos, em uníssono: "Viva!".
FHC se diz "sem palavras". E inicia um breve discurso de apresentação de Aécio.
Lembrando seu próprio governo, acena com a possibilidade de reformas
numa eventual gestão do tucano mineiro. "O reformador só é aplaudido
depois de muito tempo."
Antes de falar, Aécio chama Armínio Fraga, presidente do Banco Central
no governo FHC, para ficar ao seu lado, sinalizando que ele terá papel
primordial na condução da economia em seu eventual governo. "Ninguém tem
o time que nós temos", diz o mineiro. "Vou anunciar aos poucos quem
estará comigo. Esse time dará confiança ao mercado."
Aécio segue: "Eu conversava com o Armínio e ele me perguntou: 'Mas é
para [num eventual governo] fazer tudo o que precisa ser feito? No
primeiro ano?'. E eu disse: 'Se der, no primeiro dia'".
"Eu estou preparado para tomar as decisões necessárias", diz. "Por mais
que elas sejam impopulares." Num outro momento, repete: "Se o preço [das
medidas] for ficar quatro anos com [índices de] impopularidade, pagarei
esse preço. Que venha outro [presidente] depois de mim". Sua ambição,
diz, não é ser querido....
O tucano não detalhou que medidas seriam essas. Um dos empresários
disse à Folha: "Ele está querendo dizer que vai reajustar tarifas. Não
dá mais para empurrar com a barriga, como o governo [Dilma Rousseff]
está fazendo, por populismo".
Começam as perguntas. O banqueiro André Esteves diz que o país vive numa
"armadilha do baixo crescimento", em que se "esgotou a capacidade de
crescer pelo consumo". ...
Horacio Lafer Piva, ex-presidente da Fiesp, pergunta como o
presidenciável fará sua mensagem chegar "aos que votam com o estômago",
referindo-se aos beneficiários de programas sociais do governo. Jorge Gerdau pede que ele se comprometa a não aumentar a carga tributária.
Depois de responder a todas as perguntas, Aécio Neves se despede com uma
brincadeira: "Se tudo der errado, eu tenho um craque para entrar em
campo". Ele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
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