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terça-feira, 21 de outubro de 2014
Procuradoria decide investigar aeroporto de Aécio na fazenda do tio
O Ministério Público Federal em Minas Gerais decidiu abrir investigação para apurar se o candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) cometeu irregularidades ao utilizar recursos públicos para construir um aeroporto numa área desapropriada dentro da fazenda de seu tio-avô em Cláudio, no interior do Estado.
Erguido nas terras de Múcio Guimarães Tolentino, a 6 km do refúgio
preferido de Aécio, a Fazenda da Mata, de sua família, o aeródromo
custou R$ 14 milhões e foi feito no fim do segundo mandato do tucano no
governo mineiro.
O aeroporto, que operava sem homologação da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), tinha uso privado. As chaves do local ficavam em poder dos
familiares de Aécio, que precisavam ser consultados para liberar a
utilização d a pista.
No começo deste mês o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
arquivou a parte criminal de uma representação do PT contra Aécio pela
construção do aeroporto, mas ele determinou que a representação fosse
encaminhada ao MPF de Minas Gerais para a avaliação de casos de
improbidade administrativa.
A investigação foi aberta no último dia 17 na Procuradoria da República
de Divinópolis, a 50 km de Cláudio, para "apurar possível
irregularidades na utilização de recursos públicos pelo então governador
de Minas, Aécio Ne ves da Cunha, para a construção de um aeródromo em
propriedade de seu tio-avô, sr. Múcio Guimarães Tolentino".
Dono do terreno onde o aeroporto foi construído e da fazenda Santa
Izabel, ao lado da pista, Múcio é irmão da avó de Aécio, Risoleta
Tolentino Neves (1917-2003), que foi casada por 47 anos com Tancredo
Neves (1910-1985).
Nos anos 1980, quando Múcio era prefeito de Cláudio e Tancredo o
governador de Minas, uma pista de terra foi erguida no mesmo local. O
terreno, que deveria ter sido repassado para a prefeitura de Cláudio,
nunca saiu do nome do tio-avô do presidenciável.
Anos depois o governo de Aécio abriu licitação e desapropriou o terreno
para então construir o aeroporto. Ao escolher uma propriedade do tio
para fazer a obra, o governo de Minas abriu caminho para que Múcio, de
88 anos, resolva uma pendência judicial que se arrasta há mais de uma
década. Ele é réu numa ação do Ministério Público Estadual que tenta
recuperar o dinheiro gasto pelo Estado na construção da pista de terra.
Para garantir o ressarcimento dos cofres públicos em caso de condenação,
a Justiça mandou bloquear a área em 2001, o que impede Múcio de
vendê-la. Com a desapropriação Múcio ganhou o direito de receber do
Estado pelo menos R$ 1 milhão de indenização, mas ele pede valor nove
vezes maior.
O tucano alega que a construção do aeroporto já foi alvo de investigação
pelo Ministério Público Estadual, que não encontrou nenhuma
irregularidade. Essa apuração, contudo, não levou em conta que a obra
foi feita numa área desapropriada pelo Estado na terra de um parente do
então governador.
Em julho, logo depois da publicação de reportagem pela “Folha de
S.Paulo” que denunciou a situação, a Promotoria estadual decidiu apurar
novamente a construção do aeroporto de Cláudio.Na Folha
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